quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Devaneio nostálgico

A saudade é a maior prova do que o passado valeu a pena.(desconhecido)


Hoje acordei um tanto melancólico, ou melhor, nostálgico; por algum motivo que ignoro lembranças do passado afloraram em minha memória e me apertaram o coração. Como quem folheia um álbum de fotos, sem fotos lembrei-me de minha mocidade na pequena cidade de Salto.
Num flash, lembrei-me dos lugares por onde andei nas idas e vindas da igreja, do trabalho e da escola. Dos pontos de bate-papo, no lanche perto do Shopping, na praça XV, no calçadão. Das viagens para Sorocaba no “Clube dos Roqueiros” (IP Calvário), do frango xadrez.... Tudo isso estava tão presente em minha lembrança que tive a impressão que se abrisse a porta da minha casa (hoje em Limeira) encontraria tudo intacto, como se o tempo tivesse parado.Resolvi dar corda à lembrança, peguei em cima do guarda-roupa uma caixa de fita-cassete e comecei a ouvir: Motification, Detritus, Bride, Sacred Warrior, Tourniquet, Stryper, e como não poderia faltar, o imortal Sangria (Arrependa-se ou morra), hoje símbolos de um tempo gostoso, época de sonhos que se projetavam para um futuro aberto à nossa frente, e embora também nos preocupássemos com o presente (garotas, trabalho, estudo, igreja, etc.) tínhamos o dom de não levá-lo tão a sério. Um tanto temeroso de ir longe demais ousei pegar algumas fotos: acampamentos, shows, festas. Elas me fizeram rir, chorar e pensar; trouxeram-me à memória os grandes amigos: Leandro e Alex (boys), Márcio, Thon, Alex e André Ramos, Alex Taylor, Fernando (Ceará), Dinei e Elvis, Oziel, Alex da Grama e Karina (por onde andam?), Júnior, Neilson e Gordo e tantos outros, o tempo passou, namoros, noivados, casamentos, mudanças, nos distanciamos.
Ao olhar para trás tenho a impressão de que naquele tempo estávamos ocupados demais em viver a vida e sequer percebíamos que ela passava. A vida estava em seu fluxo mais potente e nós que não dávamos conta disso, simplesmente vivíamos. Hoje estamos quase todos casados, alguns com crianças ao seu redor, envolvidos com trabalho, estudo, família e já não temos mais tempo para “vagabundear” e jogar conversa fora, nem fazer disputa de cuspe depois de um copo de garapa.
Paro por aqui, e com um nó na garganta continuo minha jornada no presente me deixando envolver de vez em quando pela saudade de um passado que não volta mais. Sei que tudo o que foi vivido não mais poderá se repetir, pois o tempo fez um trabalho tão bem feito que não é mais possível revivê-lo. Mas quanto aos amigos que há tempos não vejo, se um dia reencontrá-los espero que possa olhar para eles como se o tempo não tivesse passado.
Luciano Borges