quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Para pensar

“A questão não é saber se em determinada sociedade a Igreja Cristã tem influência bastante para transformá-la, mas sim se a Igreja Cristã, pequena ou grande, numa particular sociedade, atesta claramente, persistentemente, corajosamente, qual é a palavra de Deus que ela recebeu para aquela sociedade. E isto é suficiente.”


W.A. Visser’t Hooft (trecho da palestra proferida em fevereiro de 1960 na III Reunião de Estudos sobre a Responsabilidade Social da Igreja)

Uma palavra aos bachareis em teologia

Os dias que antecedem a formatura de um seminarista são marcados por profundas e expansivas expectativas. A cerimônia de formatura não é apenas o ato último que põe fim a uma jornada de quatro anos, é também um “rito de passagem” que separa o velho e inaugura o novo, a atividade preparatória da atividade pastoral, para a qual é comum que o candidato se sinta despreparado e às vezes até inadequado. Mas, assim como os pássaros que num momento da sua existência precisam abandonar os ninhos e seguir por conta própria, o seminarista, após quatro anos de preparação, empreende sua própria jornada, incerta, exigente e necessária. Como pastores, sabemos perfeitamente o significado dessa experiência e o quanto ela é angustiante para aqueles que a vivenciam, por isso gostaríamos aqui de fazer aos queridos bacharéis em teologia algumas sugestões que consideramos importantes:

Não pensem de si além do que convém. Pelo fato de sermos educados num ambiente teológico pouco arejado, somos tentados a pensar que nossa teologia é um produto final e bem acabado que não mais necessita de reparos. Contudo, sejam honestos (e corajosos) para reconhecer que apesar dos livros lidos, dos sermões ouvidos, das reflexões instigantes há ainda muito que aprender. Um pensamento teologicamente maduro e equilibrado é aquele que se dá conta de que teologia não é ciência exata e nem se encontra pronta nas páginas da Bíblia; fazer teologia é tentativa contínua de responder às demandas da vida com a Bíblia na mão.

Esqueçam essa ideia de que o desencanto com a vida cristã e a deserção de muitos seminaristas e pastores tenham a ver com a presença de uma teologia liberal nos seminários. Quem diz isso geralmente não oferece provas. O que é claramente perceptível é que a crise que se abate sobre seminaristas e pastores muitas vezes é fruto de uma fé imatura que acompanha jovens imaturos para seminário. A isso podemos ainda acrescentar as consequências de uma visão mercadológica cada vez mais difundida nas igrejas, fomentando a ideia de que o sucesso ministerial é aferido pelo tamanho da igreja.

Façam opção de não serem medíocres. Leiam tudo o que é bom, aprendam a pensar e nunca critiquem um autor com base na crítica de outros, sem antes o terem lido atentamente. Lancem-se sobre os clássicos e façam deles seus melhores amigos e piores inimigos e nunca permitam que alguém se ache no direito de se colocar como juiz sobre o tipo de livro que deve ocupar lugar na sua estante. Aliás, nesse sentido vale a recomendação de Kafka:

                                    “... os livros dos quais temos necessidade são os que caem
                                   sobre nós como a desgraça, que nos perturbam profundamente
                                   como a morte de alguém que amamos mais do que a nós
                                  mesmos, como um suicídio. Um livro deve ser como uma
                                  picareta que rompa o mar de gelo que está dentro de nós.”

Não sejam ingênuos, a instituição eclesiástica também possui um submundo. Embora bem guardado por um superego, nos assustamos com as coisas tenebrosas que às vezes escapam: em nome do progresso do Reino se oculta uma sede insaciável pelo poder, em nome da preservação da reta doutrina há a perpetuação de poucos nos altos cargos dos vários setores da instituição e, como se não bastasse, não poucas vezes o que move muitos “profetas” não é a comoção interna produzida pela voz divina, mas o próprio ventre insaciavelmente ganancioso.

Saibam que pastorear é promover a autonomia. Pessoas livres vivem melhor, amam mais a vida e são mais responsáveis. Não façam terrorismo religioso mas procurem mostrar às pessoas a face amorosa de Deus e que a vida é um presente que podemos desfrutar sem medo de ofender seu doador.

Finalmente, o pastorado realmente é um desafio, sobretudo, à integridade pessoal. Por isso é importante que aprendamos a pastorear a nós mesmos, para que a teologia não seja uma contínua defesa e imposição de um ponto de vista, para que os números não sejam a motivação pastoral, para que a engrenagem eclesiástica não esmague nossa humanidade e para que nosso trabalho seja sempre marcado pela honestidade, amor e respeito ao outro. 
 
Luciano Borges

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sobre a teologia

“O Deus do evangelho é o Deus que de sua parte se acha voltado em misericórdia para a existência de todos os seres humanos, inclusive para a teologia dos mesmos. Mas ele sempre permanece superior, não só quanto aos empreendimentos “dos outros”, mas também diante da teologia evangélica. Permanece o Deus que continuamente se dá a conhecer e que continuamente precisa ser descoberto e redescoberto.”

Karl Barth

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Convite

Vivemos numa época marcada por mudanças abrangentes, profundas e rápidas. De repente olhamos ao nosso redor e nos damos conta que a família, a escola, nossos relacionamentos,... já não são mais como eram. Ao perceber que esse processo de mudança continua em marcha, que tudo está em contínua mudança e não conseguimos fazer uma previsão suficientemente segura que possa nos oferecer algum conforto em relação ao futuro, não poucas vezes se instaura em nós uma crise avassaladora.


A igreja não está isenta desse processo, todos somos testemunhas das significativas mudanças ocorridas em nossas próprias comunidades, mudanças que vão desde novidades litúrgicas à propostas de releitura bíblica, de reorientação da filosofia de ministério à inovações nas estratégias de plantação de novas igrejas, e por aí vai. Muitas pessoas assoladas pelo desconforto da ambiguidade desse momento, sem refletir sobre o mesmo, para não ficarem sem norte se apegam ao absoleto, como quem num naufrágio se agarra a um pedaço de madeira a fim de se salvar. Outras, também sem refletir, simplesmente acolhem todas as mudanças como quem não se deu conta de que algo está mudando.

Todo esse processo inevitável e irreversível de transformação nos remete a duas questões: Quando pensamos na igreja, sobretudo na Igreja Presbiteriana do Brasil, o que devemos entender como provisório e o que devemos entender como definitivo? Uma vez que o mundo e com ele a igreja estão em contínuo processo de transformação, com devemos administrar as tensões que nascem dessa dinâmica?

Pensando na relevância dessas questões para nossos dias, convidamos toda liderança de nossas igrejas para um encontro no qual procuraremos refletir sobre o tema: O Provisóerio e o Definitivo: Pensando e repensando nossas estruturas. Nossos palestrantes convidados para esse encontro serão os presbíteros Aldo Tumolim e Éber Martins e pastores Heber Campos Jr e Luciano Borges. Será uma excelente oportunidade para refletirmos e crescermos juntos.

Até lá.

Luciano Borges

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Muito importante

Não podemos permanecer indiferentes a essa triste realidade.

Novo blog


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Um forte abraço.

Luciano

Convite

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vale a pena

Mesa redonda com Ricardo Gondim, Ricardo Gouvêa e Rubem Alves