quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pensar é mais que pensar


Pode até parecer estranho mas, pensar é mais que simplesmente pensar. Pensar é também desconfiar, manter-se num estado de suspeita ousando questionar o aparentemente inquestionável ou, pelo menos, manter em suspenso qualquer juízo a fim de não incorrer em julgamento errôneo. Pensar é (re)pensar, retomar o já pensado para pensá-lo novamente, em poucas e simples palavras, é não se contentar com o que vem de forma gratuita.
A partir disso percebemos uma distinção entre o “ter pensamentos” e o “ato de pensar”. Ter pensamentos é uma condição inescapável em que o indivíduo voluntária ou involuntariamente se encontra “habitado” por idéias, conceitos e opiniões, advindas do convívio com outras pessoas, dos meios de comunicação, etc., nesse processo ele é passivo, pois é um ser pensante por natureza. Por outro lado, no ato de pensar o indivíduo é ativo, ele toma o pensamento e se propõe a (re)pensá-lo, descobrindo a partir de então nuances ainda não percebidas; ele deixa de contemplar os reflexos sobre as águas e para a enxergar o que há no fundo.
Assim, podemos dizer que há uma grande diferença entre aqueles que pensam e aqueles que apenas têm pensamentos: todo aquele que pensa tem pensamentos, mas nem todo aquele que tem pensamentos pensa. Pensar vai além de ter pensamentos, pensar é colocar os pensamentos em movimento, é dar liberdade não só para pensar sobre tudo, mas também pensar tudo sobre tudo.


Luciano L. Borges

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