terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Novo tempo

“No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos”
Ivan Lins / Vitor Martins

É tão comum lamentar o tempo que passou e não se dar conta que um novo tempo aflora. É tão comum chorar os fracassos do passado e não perceber as ricas oportunidades que brotam no presente. É tão comum reclamar o que se perdeu ontem e não notar o que se ganhou para o hoje. Para descrever o aspecto fugidiço do tempo alguém certa vez disse que o pêndulo do relógio sempre vai e nunca volta, pois entre um tic-tac e outro o tempo que se escoou não pode mais ser resgatado. Também a vida passa numa contínua sucessão de tempo, o presente se transmuta tão rapidamente em passado que sequer percebemos. E assim nos damos conta que tempo passado é tempo perdido, é tempo que pertence à memória e ao sentimento, pois não mais existe. Mas esse mesmo tempo perdido torna-se um ganho na medida em que se aprende as lições que por meio dele foram ensinadas, na medida em que se percebe a maturidade que ele promove, tornando-se um instrumento com o qual é possível moldar o presente que se desponta trazendo consigo a esperança de um futuro melhor.
O novo tempo só é novo para aquele que aprendeu com as lágrimas e com os risos, com chegadas e com as partidas, com os erros e com acertos, de modo a verem o presente como uma dádiva de Deus e nele se alegram com a alegria incontida de uma criança e se comprometem com a firmeza madura de um adulto. Para esses o novo tempo é como o raiar de um novo dia.

Luciano L. Borges

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