Hoje, já não me encanto mais com a pretensão daqueles que procuram perscrutar Deus tentando adentrar à sua essência e compreender o seu ser, não me sinto mais atraído pelos compêndios de teologia que reduzem Deus a atributos comunicáveis e incomunicáveis e, não tenho mais a pretensão de ter a última palavra nas conversas sobre teologia. Percebo que o conhecimento outrora enrijecido, deu lugar à compreensão flexível e aberta, de quem se deu conta de que não é possível exaurir o mistério divino, e por isso se abre para uma descoberta diária através do diálogo, do auto-desarmamento e da consciência de não ser dono da verdade.
Hoje posso dizer que amo mais a vida e confesso que às vezes me sinto triste só de imaginar que um dia ela chegará ao fim. Sinto-me à vontade para dizer que amo esse mundo, pois me desembaracei daquela teologia tacanha e da interpretação bíblica simplista que no passado me ensinou que o compromisso com Cristo implicava em um descompromisso e até menosprezo para com o mundo e por essa vida. Tenho sede de viver e quero sorver cada dia como uma dádiva de Deus.
É verdade que na medida em que os anos passam algumas pessoas tendem a se tornarem rígidas e intransigentes em sua forma de viver e pensar a fé, contudo, o enrijecimento e a intransigência tem a ver com a atitude defensiva de quem não consegue lidar com a espontaneidade que é característica da vida cristã. De minha parte, depois de dez anos descobri que não faço parte do grupo daqueles que vêem a fé cristã como correntes que aprisionam, mas compartilho como com todos aqueles que descobriram nela uma proposta que liberta para vida, “que é bonita, é bonita e é bonita”.
Luciano L. Borges
3 comentários:
Grande teólogo Gonzaguinha heheheheheh. Sem vergonha de ser feliz
Acho que, na verdade, desviaste-te do caminho da sã doutrina. Volta enquanto é tempo.
Forte.
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